sábado, 6 de novembro de 2010

'Oposição precisa ser oposição, sem trégua', diz Itamar!

O ex-presidente da República e senador eleito por Minas Gerais, Itamar Franco (PPS), convocou a oposição a ter uma postura mais combativa durante o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. "Oposição precisa ser oposição, sem trégua", disse ele em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta sexta-feira. Itamar recomendou firmeza à oposição desde o primeiro dia do governo da petista. "Eu tenho a esperança de que a oposição realmente seja oposição" afirmou. "A oposição, por menor que seja, tem que estar presente e tem que exercitar o seu papel."

Itamar Franco quer oposição 'autêntica' contra o PT O senador eleito criticou o candidato derrotado do PSDB à Presidência, José Serra, por ter sido pouco combativo durante a campanha. "O que se viu na campanha, com todo o respeito ao nosso candidato, é que não havia oposição ao governo." Itamar lembrou que, logo no início da campanha, foi contra a postura de Serra de elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu estou em casa, estou em dúvida, por que que eu vou mudar se o próprio candidato da oposição está elogiando?", questionou.

Ele lamentou a ausência de temas sensíveis ao governo na campanha, como o problema cambial e a carga tributária, e descartou responsabilizar o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) pela derrota tucana em Minas. "Ele (Serra) não fez uma regionalização adequada em Minas", observou. Para Itamar, Dilma enfrentará dificuldades para conciliar os interesses dos partidos aliados ao PT. "Até a posse, tudo são flores."

O senador eleito afirmou ainda ser contrário à recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para aumentar investimentos na Saúde. "O governo teve oito anos, por que não reformulou o SUS (Sistema Único de Saúde)?", questionou, afirmando que a criação de um novo imposto "exigirá do Congresso um debate muito acalorado".

Agência Estado

Publicação: 05/11/2010 14:22 Atualização:

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aécio Neves diz que não vai se 'autoproclamar' líder da oposição!

Eleito por MG também disse que prefere não antecipar decisões para 2014.
Aécio falou nesta quinta, durante ritual que adquiriu de seu avô.

O senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) falou, em entrevista nesta quinta-feira (4), que não vai se “autoproclamar” líder da oposição. "Eu não me autoproclamo líder de absolutamente nada, até porque ninguém é líder de si mesmo", afirmou em entrevista divulgada pela assessoria do próprio ex-governador.
Nesta quinta-feira (4), o governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu que haja um pacto entre governo e oposição e disse que considera "razoável' a indicação de Aécio Neves (PSDB) para a presidência do Senado. Após a proposta de Gomes repercutir no encontro do partido nesta quinta-feira (4) em Brasília, outros governadores eleitos do PSB deixaram claro que esta não é a posição oficial do partido.
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Neves também preferiu não antecipar se será ou não candidato à Presidência da República pelo PSBD nas eleições de 2014. O tucano deu as delcarações na Serra da Piedade, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde cumpriu um costume adotado por seu avô, Tancredo Neves. O ex-presidente ia à serra no início e no fim das campanhas eleitorais, ritual seguido pelo neto.
Aécio Neves disse que acha ainda cedo para falar sobre a próxima eleição presidencial. Para o senador, a oposição ao governo da presidente eleita Dilma está fortalecida, com 10 governadores de oposição. “Quanto à candidatura, não é hora de falar sobre isto. Nós estamos saindo de uma eleição, no caso de Minas extremamente vitoriosos, eu acho que os governadores de oposição, são pelo menos 10 governadores de oposição, que governam 52% da população, e mais de 50% do PIB nacional, terão um papel extremamente importante nas discussões que virão pela frente”, afirmou o senador.
Perguntado se se ressentia do fato de José Serra não o ter citado nominalmente no agradecimento que encerrou a campanha do tucano e reconheceu a vitória de Dilma, Aécio Neves respondeu que não se importou. “Eu acho que nós devemos fazer política sempre com grandeza”, afirmou.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Oposição vai gerir mais de 50% do PIB

Com outras 4 vitórias no segundo turno, PSDB e DEM agregam,
mais R$ 125 bi à sua fatia da riqueza nacional...
RIO - O "corredor de oposição" conquistado nos dois turnos pelo PSDB e pelo DEM nas disputas pelos governos estaduais em 2010, que corta o País na direção sul-noroeste, reunirá Estados que, juntos, somam mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O resultado, de certa forma, contrabalança a derrota da chapa tucano-demista na disputa pela Presidência, anteontem - a terceira desde 2002 -, e pode ajudar seus integrantes a montar uma aliança forte para brigar pelo Palácio do Planalto em 2014.

Há, contudo, limites nessa estratégia, porque o controle das máquinas administrativas estaduais não resulta, necessariamente, em vitória eleitoral. Foi o que ocorreu agora, quando o PSDB, mesmo governando São Paulo e Minas Gerais há mais de um mandato, foi derrotado por mais de 12 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial pela candidatura da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).

Com os resultados de 2010, o PSDB e o DEM somarão no ano que vem ao controle sobre Estados que têm respectivamente o primeiro PIB estadual do País (São Paulo, mais de R$ 900 bilhões) e o terceiro (Minas Gerais, acima de R$ 240 bilhões), e ainda administrações de Estados que conquistaram este ano. São o Paraná (quinto PIB, mais de R$ 160 bilhões) e Santa Catarina (sétimo, mais de R$ 100 bilhões. Até o fim deste ano, o controle sobre as administrações paranaense e catarinense ainda estará com o PMDB, partido que se divide entre apoiar, se opor ou ficar neutro em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os oposicionistas também amealharam para seu campo os governos de Goiás (PIB acima de R$ 60 bilhões), Tocantins (mais de R$ 11 bilhões), Pará (em torno de R$ 50 bilhões) e Roraima (mais de R$ 4 bilhões). Fora do "corredor da oposição" iniciado, que vai de Santa Catarina (será governada pelo demista Raimundo Colombo) a Roraima (com mandado, a partir de 1 de janeiro, do tucano Anchieta Júnior), também são relacionados dois Estados: Rio Grande do Norte (mais de R$ 22 bilhões, a ser governador pelo DEM) e Alagoas (mais de R$ 22 bilhões, a ser administrado, em reeleição, pelo tucano Teotônio Vilela Filho).

Partidos da base do governo federal controlarão os governos de boa parte dos Estados mais pobres. Uma das exceções, o governo do Rio, que tem o segundo maior PIB da Federação, perto de R$ 300 bilhões e elegeu, para mais um mandato, Sérgio Cabral Filho (PMDB) para governá-lo.

Outra é o Rio Grande do Sul, em quarto lugar no ranking da produção de riqueza, em torno de R$ 170 bilhões, e que foi reconquistado pelo PT no primeiro turno, quando Tarso Genro foi eleito. Outro Estado que continuará com um governo estadual alinhado ao Palácio do Planalto será a Bahia, cujo PIB se aproxima de pouco mais de R$ 100 bilhões e é o sexto do País. Lá, o governador Jacques Wagner (PT) foi reeleito com facilidade no primeiro turno.

A esse Estados de PIB notável que já controlava, o PT conseguiu somar o governo do Distrito Federal. Apesar de ter precisado do segundo turno para derrotar Weslian Roriz (PSC), Agnelo Queiroz conseguiu vencê-la com facilidade. Com seus funcionários públicas bem-remunerados, a capital federal tem um PIB em torno de R$ 100 bilhões - o oitavo do Brasil.


domingo, 31 de outubro de 2010

O Brasil elegeu sua presidente, e agora!

Concluído o 2º. Turno o Brasil elegeu a primeira mulher presidente, começa agora o verdadeiro exercício da Política, o de resgatar corações e mentes de brasileiros que viram seu candidato sair derrotado das urnas. E eles são mais de 40% dos eleitores. Com um agravante a Abstenção: 28.213.780 (21,35%), votos em Branco: 2.412.957 (2,32%) e Nulos: 4.572.411 (4,40%) totalizaram mais de 35.199.149 votos o que na realidade demonstra a insatisfação com os nomes que nos foram impostos para a escolha presidencial, lamentável, pois esta quantidade de votos poderia dar outro rumo para o Brasil, mas devemos olhar para frente.
Se até ontem era preciso mostrar as diferenças, insistir em provocações, jogar o adversário para fora do campo, num jogo de risco, agora é preciso compreender que a nova presidente é a governante de todos os brasileiros: ricos, pobres e remediados, satisfeitos, insatisfeitos e indiferentes.
A primeira missão da nova presidente será a de aparar as arestas e provocar a reconciliação nacional. A presidente terá de convencer não só adversários, mas os próprios correligionários e apoiadores, de que acabou o jogo de gato e rato em que se transformou a eleição, de que é preciso encerrar a baixaria, curar feridas e executar um projeto de nação, com a ajuda inclusive da oposição.
O fenômeno Marina Silva aliado a imposição do presidente Lula que se achava dono do Brasil e às saudáveis regras do sistema democrático permitiram o segundo turno, sofrido, desgastante, de baixo nível, mas fundamental para o equilíbrio das forças políticas.

Ao invés de humilhada, a oposição sai das urnas premiada por uma votação importante, que jamais poderá ser ignorada pelos futuros governantes. Para os próximos pleitos a oposição deve repensar na escolha dos seus candidatos, pois o resultado das urnas em Minas mostra que o povo mineiro não engoliu a falta de democracia do PSDB em não permitir as prévias no partido e o resultado foi uma resposta 58,2% para Dilma e 41,8% Serra. Esperamos maturidade, altivez e consciência da própria responsabilidade de uma oposição de verdade, pois o que tivemos nos últimos anos foi uma brincadeira de fazer oposição, esperamos um olhar vigilante para o interesse coletivo, sem personalismos estéreis, sem mágoas inúteis. Um olhar para além do seu quinhão de votos, única forma legítima da oposição se credenciar para eleições 2014.

Temos agora como presidente a ex-militante de esquerda, sobrevivente do regime militar, ex-burocrata e ex-ministra que enfrentará em sua interessante trajetória de vida a missão de transformar-se em uma governante sem tutor, sem ser manipulada pelo padrinho. Esperamos que Dilma Rousseff encare a oposição como instrumento de correção dos erros e não como inimigo em uma guerra que deve ser eliminado, pois do contrário estaremos entrando num regime de ditadura e isto jamais será democrático.
Foram muitas as promessas e os símbolos manipulados ao longo desta campanha, agora acabou a brincadeira. É hora de despojar-se das armas do marketing, arregaçar as mangas e se preparar para a enorme missão conferida pelas urnas. Para além dos símbolos e da manipulação deles, existe um Brasil real, que, aliás, demanda iniciativas urgentes. Da Educação à Infra-estrutura, Saúde, Segurança Pública dentre outras, a tarefa é gigantesca.
Antecede a tudo isto a complicadíssima tarefa de montar sua equipe de governo. É a partir dela que se poderá conhecer melhor o que realmente pretendem os eleitos, a conciliação de interesses de mais de uma dezena de partidos aliados, já é por si um desafio para qualquer político experiente, que dirá para uma estreante, Dilma terá de contar, talvez como nenhum outro governante, com a lealdade de seus parceiros mais próximos e mais experientes, coisa difícil em um regime político prostituído pelos interesses pessoais. É da afinação desta equipe de governo que irá se definir o futuro do Brasil.

Seria utopia pedir um governo de união nacional, mas não seria exagero apelar para que se tome como uma bússola do bom senso e da responsabilidade pública para governar.
Cientes de que o projeto de se conservar no poder, pode se tornar pequeno e banal, diante da importância decisiva de cada gesto de um governante democrático na vida do mais humilde dos brasileiros. Desejamos boa sorte a presidente eleita.

Não são tiranos que fazem escravos!
São os escravos que fazem os tiranos !