Hans Christian Andersen, o contista dinamarquês, criou uma estória em que um Rei muito vaidoso acabou sendo vítima de dois espertalhões que o convenceram a desfilar com roupas inexistentes, sob a alegação ardilosa de que o tecido que usavam na confecção das vestes reais só seria visível aos olhos de pessoas inteligentes.
Não apenas o Rei, mas todos que com ele trabalhavam se sentiram constrangidos a admitir que o tal tecido mágico lhes fosse invisível, posto que isso equivalesse a assumir sua própria ignorância. Assim, o Rei saiu pelado às ruas e os povos informados sobre a invisibilidade do tecido àqueles menos inteligentes preferiram elogiar as vestes inexistentes a admitir sua inferioridade. A única exceção foi uma criança que na pureza de seus sentimentos, exclamou, surpreendida: “O rei está nu!”. E só então as demais pessoas acreditaram naquilo que seus olhos (não) viam…
Temos, no trono brasileiro, um Rei vaidoso. Ao seu redor, um grupo enorme que teme contrariá-lo, até porque o Rei se reveste com um tecido mágico que lhe dá uma popularidade quase unânime 80%, que ninguém tem a coragem de não enxergar. Como também não enxerga o Rei, as falcatruas dentro do Reino. Há, na versão brasileira do conto de Andersen um segundo tecido mágico que encobre qualquer desvio de conduta das pessoas ligadas ao Rei. Se um ato desonesto qualquer vem a Público, o tecido mágico garante que ele seja considerado boato, mentira, invencionice, fraude ou tentativa de golpe. Tudo que não se admite é que sejam fatos verdadeiros e comprovados.
No entanto, na última semana, parte das roupagens do Rei foi anulada pelo resultado das urnas no 1º Turno das eleições presidenciais. O tecido que garantia a popularidade imensa do Rei se revelou inexistente. Alguns eleitores com sua espontaneidade resistente às pressões do marketing político e das pesquisas eleitoreiras, começaram a bradar, com seus votos, a inexistência da aprovação generalizada de tudo que o Rei tem feito nos últimos anos. Agora só falta desnudá-lo por completo, gritando, em alto em bom som:
“O Rei está nu!”
Nesse momento, mais importante do que eleger ou não a herdeira do Rei, é assumir a verdade daquilo que esse Reinado representou para o país. Não há Bolsa-Família que compense a fortuna que já foi desviada dos cofres públicos. Com os valores bilionários que têm sustentado famílias inteiras de petistas e agregados, todos poderiam ter hospitais bem aparelhados, escolas de excelente qualidade, infra-estrutura decente em suma, um país com serviços públicos correspondentes aos altos impostos que pagamos ao Rei.
Que o dia 31 permita que a maioria do povo finalmente enxergue as verdadeiras vestes do Rei e de seus seguidores que se julgam donos do Brasil…
Para refletir:
Se o Lula tem 80% de aprovação, por que sua indicada não ganhou no primeiro turno?
Em minas o Aécio tinha 70% de aprovação e elegeu seu sucessor no 1º. Turno!
"Não há nada mais vergonhoso do que alguém ser honrado pela fama dos antepassados e não pelo merecimento próprio." - Platão
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